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Bom dia a todos. Perdi as contas de quantos anos faz que o HTForum foi encerrado e tampouco sei há quanto tempo não escrevo um único post em algum tipo de fórum, nacional ou internacional. Embora mantenha a rotina diária de audições (que foi reduzida aos finais de semana, mas teve o tempo compensado no período noturno), perdi boa parte da motivação de escrever. Também reduzi drasticamente as visitas audiófilas, tornando-me cada vez mais um ermitão do áudio. Nada disto, porém, reduziu um prejudicou em algum grau a paixão pela música e pelo que ouço.
Crio este tópico para compartilhar um pouco das últimas atualizações sofridas no sistema. Denominei o tópico de "v. 3.0" porque, contando com o quarto em que montei meus primeiros sistemas, desde as KEF Q300 com o receiver Denon AVR-2311, o ambiente atual é o terceiro pelo qual passo, que provavelmente será meu último, e que ainda se encontra em fase de implementação (para o audiófilo, a implementação nunca termina, rs).
Há alguns anos comprei um terreno vazio com 490m², com 35m de comprimento e caída de 3m para o fundo, onde visualizei com perfeição o desenvolvimento de uma nova sala de áudio. Cheguei a mandar fazer o projeto, com pé direito de 4m de altura aproveitando o desnível do terreno, de modo que a sala compusesse o subsolo de uma edícula e sobre ela fossem construídos alguns cômodos estratégicos (suíte pequena, um lavabo, área de lazer) onde eu poderia viver provisoriamente até capitalizar e efetivamente construir a casa na frente, com garagem, suítes maiores, sala de estar etc.). Este projeto nunca saiu do papel, embora eu tivesse chegado a deixar material de construção pago na loja. A pandemia influenciou nos preços, outros investimentos passaram a ser prioridade, até que ano passado surgiu a oportunidade de comprar um imóvel pronto, com uma sala que me encheu os olhos e com a possibilidade de usar outros espaços como sala de audição, caso a principal não se mostrasse com potencial acústico de longo prazo. A casa passou por algumas reformas preliminares que me demandaram o preço de muitos upgrades, mas já tem oito meses desde que consegui levar o sistema para lá e começar os ensaios preliminares. Eis que desisti da ideia de usar espaços alternativos e resolvi adotar a sala principal, já tendo dedicado a ela no mínimo 100h de trabalho e acerto. Fica fácil entender o motivo: para quem sobreviveu numa sala de 2,70m de largura por 3,85m de comprimento e pé direito de 2,70m, mudar-se para uma sala com mais de 10m de comprimento e mais de 7m de largura, com pé direito de 4,5m, foi como chegar no paraíso.
O espaço foi inicialmente pensado para ser conjugado com cozinha e com um local para receber a mesa de jantar, mas havia certa flexibilidade inicial para que eu pudesse mexer nisto, coisa que não foi e vou explicar o motivo em momento oportuno. Pois bem.
A parte elétrica da casa é toda feita com fiação da SIL. Sabia da falta de acerto acústico e das inúmeras limitações enfrentadas, mas a ideia era justamente a de avaliar o potencial, então retirei a fiação Prysmian Eprotenax Gsette de 3x4,00mm² que ficou na casa dos meus pais e atravessei a sala toda com ela, ligando-a diretamente no quadro, todavia, sem aterramento. Provisoriamente me ajudou a retirar um pouco mais dos equipamentos e a avaliar melhor a sonoridade daquilo que conhecia. A sala, com mais de 300m³, pareceu um banheiro gigantesco ressoando, mas a distância do sistema para as paredes, a descompressão dos graves e a facilidade de obter conforto auditivo foram tão impressionantes que resolvi deixar tudo por ali mesmo.
Então, chegou o momento de começar a ajeitar tudo. Como se trata da sala principal da casa, onde recebemos todas as visitas e onde passamos a maior parte do tempo, diferentemente da sala anterior, que eu sabia ser provisória, nesta o compromisso estético passou a ser uma das maiores prioridades. Não penso que a audiofilia é incompatível com níveis elevados de beleza, pois tenho conhecimento de inúmeras salas fabulosas que combinam alto desempenho acústico e elevadíssima aceitabilidade estética, e é para este caminho que pretendo rumar.
Comecei pelo que considero um dos maiores pilares de sustentação do desempenho de um sistema: a elétrica. Comprei uma nova fiação Prysmian Eprotenax Gsette, desta vez de 4x6,00mm², para reunir duas fases, neutro e terra num único cabo PP e por considerar que os quatro condutores caminhando juntos entregam melhores atributos elétricos, e o passei do quadro até o conduíte que chega atrás do rack. O modelo elétrico que utilizei foi o mesmíssimo que testei à exaustão em outras épocas, mantendo-o inalterado: os porta fusíveis de 10x38mm próximos do sistema, de onde faço a derivação do Transparent PowerLink MM2 para o amplificador e do Purist Canorus para o tomadeiro que alimenta pré-amplificador, DAC e computador. A incógnita seria como fazer isto sem parecer uma anaconda no canto da sala.
Aqui o Prysmian chegando atrás do rack:
Crio este tópico para compartilhar um pouco das últimas atualizações sofridas no sistema. Denominei o tópico de "v. 3.0" porque, contando com o quarto em que montei meus primeiros sistemas, desde as KEF Q300 com o receiver Denon AVR-2311, o ambiente atual é o terceiro pelo qual passo, que provavelmente será meu último, e que ainda se encontra em fase de implementação (para o audiófilo, a implementação nunca termina, rs).
Há alguns anos comprei um terreno vazio com 490m², com 35m de comprimento e caída de 3m para o fundo, onde visualizei com perfeição o desenvolvimento de uma nova sala de áudio. Cheguei a mandar fazer o projeto, com pé direito de 4m de altura aproveitando o desnível do terreno, de modo que a sala compusesse o subsolo de uma edícula e sobre ela fossem construídos alguns cômodos estratégicos (suíte pequena, um lavabo, área de lazer) onde eu poderia viver provisoriamente até capitalizar e efetivamente construir a casa na frente, com garagem, suítes maiores, sala de estar etc.). Este projeto nunca saiu do papel, embora eu tivesse chegado a deixar material de construção pago na loja. A pandemia influenciou nos preços, outros investimentos passaram a ser prioridade, até que ano passado surgiu a oportunidade de comprar um imóvel pronto, com uma sala que me encheu os olhos e com a possibilidade de usar outros espaços como sala de audição, caso a principal não se mostrasse com potencial acústico de longo prazo. A casa passou por algumas reformas preliminares que me demandaram o preço de muitos upgrades, mas já tem oito meses desde que consegui levar o sistema para lá e começar os ensaios preliminares. Eis que desisti da ideia de usar espaços alternativos e resolvi adotar a sala principal, já tendo dedicado a ela no mínimo 100h de trabalho e acerto. Fica fácil entender o motivo: para quem sobreviveu numa sala de 2,70m de largura por 3,85m de comprimento e pé direito de 2,70m, mudar-se para uma sala com mais de 10m de comprimento e mais de 7m de largura, com pé direito de 4,5m, foi como chegar no paraíso.
O espaço foi inicialmente pensado para ser conjugado com cozinha e com um local para receber a mesa de jantar, mas havia certa flexibilidade inicial para que eu pudesse mexer nisto, coisa que não foi e vou explicar o motivo em momento oportuno. Pois bem.
A parte elétrica da casa é toda feita com fiação da SIL. Sabia da falta de acerto acústico e das inúmeras limitações enfrentadas, mas a ideia era justamente a de avaliar o potencial, então retirei a fiação Prysmian Eprotenax Gsette de 3x4,00mm² que ficou na casa dos meus pais e atravessei a sala toda com ela, ligando-a diretamente no quadro, todavia, sem aterramento. Provisoriamente me ajudou a retirar um pouco mais dos equipamentos e a avaliar melhor a sonoridade daquilo que conhecia. A sala, com mais de 300m³, pareceu um banheiro gigantesco ressoando, mas a distância do sistema para as paredes, a descompressão dos graves e a facilidade de obter conforto auditivo foram tão impressionantes que resolvi deixar tudo por ali mesmo.
Então, chegou o momento de começar a ajeitar tudo. Como se trata da sala principal da casa, onde recebemos todas as visitas e onde passamos a maior parte do tempo, diferentemente da sala anterior, que eu sabia ser provisória, nesta o compromisso estético passou a ser uma das maiores prioridades. Não penso que a audiofilia é incompatível com níveis elevados de beleza, pois tenho conhecimento de inúmeras salas fabulosas que combinam alto desempenho acústico e elevadíssima aceitabilidade estética, e é para este caminho que pretendo rumar.
Comecei pelo que considero um dos maiores pilares de sustentação do desempenho de um sistema: a elétrica. Comprei uma nova fiação Prysmian Eprotenax Gsette, desta vez de 4x6,00mm², para reunir duas fases, neutro e terra num único cabo PP e por considerar que os quatro condutores caminhando juntos entregam melhores atributos elétricos, e o passei do quadro até o conduíte que chega atrás do rack. O modelo elétrico que utilizei foi o mesmíssimo que testei à exaustão em outras épocas, mantendo-o inalterado: os porta fusíveis de 10x38mm próximos do sistema, de onde faço a derivação do Transparent PowerLink MM2 para o amplificador e do Purist Canorus para o tomadeiro que alimenta pré-amplificador, DAC e computador. A incógnita seria como fazer isto sem parecer uma anaconda no canto da sala.
Aqui o Prysmian chegando atrás do rack:
Com um perfil de alumínimo, fiquei os 4 porta-fusíveis no fundo do rack. Fiz um furo lateral por onde passei o Purist Canorus e deixei o Transparent PowerLink MM2 rumando ao centro do rack, para poder centralizar o amplificador:
Para esconder isto tudo, passar cabo de rede que vai ao computador e ter liberdade para esconder outros cabos se precisasse, usei um fundo falso tampando toda a frente do rack, fiz um recorte alinhado com os porta-fusíveis e os passei num suporte de tomadas 4x4. O Transparent e o cabo de rede passei por outra caixa lateral e tudo isto ficou escondido e facilmente acessível:
O tomadeiro está rente à parede, e ainda avalio a possibilidade de esconder tudo isto com algo que seja uma espécie de rodapé mais alto e grosso, mas a estética não me incomoda nem um pouco neste ponto:
Por fim, veio um upgrade já planejado há anos, o rack Timeless Unlimited:
Depois disto veio a parte do acerto de posicionamento, e isto, como sempre, foi uma das coisas que mais me tomou tempo, energia e paciência. Desde logo sabia de uma limitação que possuo, que é o comprimento restrito do Nordost Tyr de caixas, o que me permite posicionar as caixas a no máximo 3,5m uma da outra. Experimentei muitas variações, inclusive com as caixas posicionadas a muitos metros da parede do fundo, mas não ficou bom. Não sei se por limitação da acústica ou das caixas, ou se isto é inerente ao fato de conferir amplitude demasiada à apresentação, mas ao usar dimensões muito grandes, inclusive do posicionamento meu em relação às caixas, notei uma indiscutível perda de intimismo, daquele atributo do áudio reproduzido que nos permite imiscuir na apresentação e fazer parte dela, o que nada mais é do que a envolvência. Então, notei que usar as minhas caixas e o sofá de maneira a ficar num triângulo equilátero de 3m me permitia extrair o máximo que, para o meu gosto particular, eu poderia desejar de envolvência, ambiência e amplitude/tridimensionalidade de palco. Considerando o que conheço dos meus equipamentos e das músicas que mais ouço, não notei restrições de largura, lateralidade, profundidade e altura, e ainda consegui uma apresentação que me permite fazer parte dela, ou seja, que torne possível ouvir as gravações sem me colocar a uma distância razoável do acontecimento musical. Na sequência, já usando esta referência de 3m para cada vértice do triângulo, encontrei o melhor posicionamento dele em relação à sala, em especial no que diz respeito à distância das caixas para a parede do fundo, que eu já não me lembro mais qual é.
O sistema está aproximadamente assim. Depois desta foto foram feitas poucas alterações no posicionamento das caixas:
Ainda faltam vários aparatos acústicos, que quero implementar com bastante calma (tapete, p. ex.), e alguns acertos elétricos. Também devo retirar a TV daí e instalar um projetor, pois já realizei o famoso teste do cobertor, que não fazia há anos, e comprovei que ela prejudica bastante a apresentação. A sala é grande, então deve se beneficiar com uma tela maior, até mesmo porque esta televisão tem 65 polegadas e parece pequena em relação à sala. Enfim, tudo está apenas no começo, estou reaprendendo tudo em termos de ambiente e de apresentação. Num próximo post compartilho mais fotos do restante da sala, inclusive para que vejam como as caixas agora ficaram pequenas para ela. Um par de 207/2 já está na lista.
Não pretendo postar muita coisa, mas achei legal compartilhar um pouco, depois de tantos anos sem contato com o mundo externo, rs.
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