Sala Rolim v. 3.0

Cadastro N°
640
Mensagens
47
Bom dia a todos. Perdi as contas de quantos anos faz que o HTForum foi encerrado e tampouco sei há quanto tempo não escrevo um único post em algum tipo de fórum, nacional ou internacional. Embora mantenha a rotina diária de audições (que foi reduzida aos finais de semana, mas teve o tempo compensado no período noturno), perdi boa parte da motivação de escrever. Também reduzi drasticamente as visitas audiófilas, tornando-me cada vez mais um ermitão do áudio. Nada disto, porém, reduziu um prejudicou em algum grau a paixão pela música e pelo que ouço.

Crio este tópico para compartilhar um pouco das últimas atualizações sofridas no sistema. Denominei o tópico de "v. 3.0" porque, contando com o quarto em que montei meus primeiros sistemas, desde as KEF Q300 com o receiver Denon AVR-2311, o ambiente atual é o terceiro pelo qual passo, que provavelmente será meu último, e que ainda se encontra em fase de implementação (para o audiófilo, a implementação nunca termina, rs).

Há alguns anos comprei um terreno vazio com 490m², com 35m de comprimento e caída de 3m para o fundo, onde visualizei com perfeição o desenvolvimento de uma nova sala de áudio. Cheguei a mandar fazer o projeto, com pé direito de 4m de altura aproveitando o desnível do terreno, de modo que a sala compusesse o subsolo de uma edícula e sobre ela fossem construídos alguns cômodos estratégicos (suíte pequena, um lavabo, área de lazer) onde eu poderia viver provisoriamente até capitalizar e efetivamente construir a casa na frente, com garagem, suítes maiores, sala de estar etc.). Este projeto nunca saiu do papel, embora eu tivesse chegado a deixar material de construção pago na loja. A pandemia influenciou nos preços, outros investimentos passaram a ser prioridade, até que ano passado surgiu a oportunidade de comprar um imóvel pronto, com uma sala que me encheu os olhos e com a possibilidade de usar outros espaços como sala de audição, caso a principal não se mostrasse com potencial acústico de longo prazo. A casa passou por algumas reformas preliminares que me demandaram o preço de muitos upgrades, mas já tem oito meses desde que consegui levar o sistema para lá e começar os ensaios preliminares. Eis que desisti da ideia de usar espaços alternativos e resolvi adotar a sala principal, já tendo dedicado a ela no mínimo 100h de trabalho e acerto. Fica fácil entender o motivo: para quem sobreviveu numa sala de 2,70m de largura por 3,85m de comprimento e pé direito de 2,70m, mudar-se para uma sala com mais de 10m de comprimento e mais de 7m de largura, com pé direito de 4,5m, foi como chegar no paraíso.

O espaço foi inicialmente pensado para ser conjugado com cozinha e com um local para receber a mesa de jantar, mas havia certa flexibilidade inicial para que eu pudesse mexer nisto, coisa que não foi e vou explicar o motivo em momento oportuno. Pois bem.

A parte elétrica da casa é toda feita com fiação da SIL. Sabia da falta de acerto acústico e das inúmeras limitações enfrentadas, mas a ideia era justamente a de avaliar o potencial, então retirei a fiação Prysmian Eprotenax Gsette de 3x4,00mm² que ficou na casa dos meus pais e atravessei a sala toda com ela, ligando-a diretamente no quadro, todavia, sem aterramento. Provisoriamente me ajudou a retirar um pouco mais dos equipamentos e a avaliar melhor a sonoridade daquilo que conhecia. A sala, com mais de 300m³, pareceu um banheiro gigantesco ressoando, mas a distância do sistema para as paredes, a descompressão dos graves e a facilidade de obter conforto auditivo foram tão impressionantes que resolvi deixar tudo por ali mesmo.

Então, chegou o momento de começar a ajeitar tudo. Como se trata da sala principal da casa, onde recebemos todas as visitas e onde passamos a maior parte do tempo, diferentemente da sala anterior, que eu sabia ser provisória, nesta o compromisso estético passou a ser uma das maiores prioridades. Não penso que a audiofilia é incompatível com níveis elevados de beleza, pois tenho conhecimento de inúmeras salas fabulosas que combinam alto desempenho acústico e elevadíssima aceitabilidade estética, e é para este caminho que pretendo rumar.

Comecei pelo que considero um dos maiores pilares de sustentação do desempenho de um sistema: a elétrica. Comprei uma nova fiação Prysmian Eprotenax Gsette, desta vez de 4x6,00mm², para reunir duas fases, neutro e terra num único cabo PP e por considerar que os quatro condutores caminhando juntos entregam melhores atributos elétricos, e o passei do quadro até o conduíte que chega atrás do rack. O modelo elétrico que utilizei foi o mesmíssimo que testei à exaustão em outras épocas, mantendo-o inalterado: os porta fusíveis de 10x38mm próximos do sistema, de onde faço a derivação do Transparent PowerLink MM2 para o amplificador e do Purist Canorus para o tomadeiro que alimenta pré-amplificador, DAC e computador. A incógnita seria como fazer isto sem parecer uma anaconda no canto da sala.

Aqui o Prysmian chegando atrás do rack:
01.jpeg

Com um perfil de alumínimo, fiquei os 4 porta-fusíveis no fundo do rack. Fiz um furo lateral por onde passei o Purist Canorus e deixei o Transparent PowerLink MM2 rumando ao centro do rack, para poder centralizar o amplificador:
02.jpeg03.jpeg04.jpeg

Para esconder isto tudo, passar cabo de rede que vai ao computador e ter liberdade para esconder outros cabos se precisasse, usei um fundo falso tampando toda a frente do rack, fiz um recorte alinhado com os porta-fusíveis e os passei num suporte de tomadas 4x4. O Transparent e o cabo de rede passei por outra caixa lateral e tudo isto ficou escondido e facilmente acessível:
05.jpeg06.jpegIMG_5547.jpeg

O tomadeiro está rente à parede, e ainda avalio a possibilidade de esconder tudo isto com algo que seja uma espécie de rodapé mais alto e grosso, mas a estética não me incomoda nem um pouco neste ponto:
08.jpeg

Por fim, veio um upgrade já planejado há anos, o rack Timeless Unlimited:
10.jpeg

Depois disto veio a parte do acerto de posicionamento, e isto, como sempre, foi uma das coisas que mais me tomou tempo, energia e paciência. Desde logo sabia de uma limitação que possuo, que é o comprimento restrito do Nordost Tyr de caixas, o que me permite posicionar as caixas a no máximo 3,5m uma da outra. Experimentei muitas variações, inclusive com as caixas posicionadas a muitos metros da parede do fundo, mas não ficou bom. Não sei se por limitação da acústica ou das caixas, ou se isto é inerente ao fato de conferir amplitude demasiada à apresentação, mas ao usar dimensões muito grandes, inclusive do posicionamento meu em relação às caixas, notei uma indiscutível perda de intimismo, daquele atributo do áudio reproduzido que nos permite imiscuir na apresentação e fazer parte dela, o que nada mais é do que a envolvência. Então, notei que usar as minhas caixas e o sofá de maneira a ficar num triângulo equilátero de 3m me permitia extrair o máximo que, para o meu gosto particular, eu poderia desejar de envolvência, ambiência e amplitude/tridimensionalidade de palco. Considerando o que conheço dos meus equipamentos e das músicas que mais ouço, não notei restrições de largura, lateralidade, profundidade e altura, e ainda consegui uma apresentação que me permite fazer parte dela, ou seja, que torne possível ouvir as gravações sem me colocar a uma distância razoável do acontecimento musical. Na sequência, já usando esta referência de 3m para cada vértice do triângulo, encontrei o melhor posicionamento dele em relação à sala, em especial no que diz respeito à distância das caixas para a parede do fundo, que eu já não me lembro mais qual é.

O sistema está aproximadamente assim. Depois desta foto foram feitas poucas alterações no posicionamento das caixas:
11.jpeg

Ainda faltam vários aparatos acústicos, que quero implementar com bastante calma (tapete, p. ex.), e alguns acertos elétricos. Também devo retirar a TV daí e instalar um projetor, pois já realizei o famoso teste do cobertor, que não fazia há anos, e comprovei que ela prejudica bastante a apresentação. A sala é grande, então deve se beneficiar com uma tela maior, até mesmo porque esta televisão tem 65 polegadas e parece pequena em relação à sala. Enfim, tudo está apenas no começo, estou reaprendendo tudo em termos de ambiente e de apresentação. Num próximo post compartilho mais fotos do restante da sala, inclusive para que vejam como as caixas agora ficaram pequenas para ela. Um par de 207/2 já está na lista.

Não pretendo postar muita coisa, mas achei legal compartilhar um pouco, depois de tantos anos sem contato com o mundo externo, rs.​
 
Última edição:
Muito legal sua sala.(y)
Olhando as caixas de frente, notei que do lado esquerdo tem 2 portas de correr, de vidro.
Você já deve ter percebido que ao ouvir músicas, a sonoridade com as portas abertas é diferente das portas fechadas.
 
Fala Rolim,

Folgo-me em vê-lo por aqui!! Cheguei a pensar que tinha abandonado o hobby. :)

Sala bacana, gigante e sistema bem diferente desde a última vez que vi. Surpreendente a evolução. Estás de parabéns!!! (y):love:

Forte abraço.
 
Parabéns!

Muito obrigado!

Muito legal sua sala.(y)
Olhando as caixas de frente, notei que do lado esquerdo tem 2 portas de correr, de vidro.
Você já deve ter percebido que ao ouvir músicas, a sonoridade com as portas abertas é diferente das portas fechadas.

Muito obrigado. Faz mesmo diferença, mas depois das cortinas isto ficou bem relativizado. A maior reflexão era na parte dos médio-agudos e agudos e consegui um bom resultado com isto. A maior diferença, por incrível que pareça, veio com a inclusão da cortina parede menor que fica atrás do sistema. O canto causava um reforço significativo, ao ficar em pé ali no canto era possível perceber a mistura descontrolada de frequências, mas a cortina pequena ajudou nisto. Já na parte dos médio-graves e graves, creio que até pela desproporção da sala em relação às caixas, não há sobra perceptível.

Estou pensando com calma num tapete como o próximo ponto, mas o porcelanato é tão bonito que a esposa está querendo o chão à mostra, hehe.

Fala Rolim,

Folgo-me em vê-lo por aqui!! Cheguei a pensar que tinha abandonado o hobby. :)

Sala bacana, gigante e sistema bem diferente desde a última vez que vi. Surpreendente a evolução. Estás de parabéns!!! (y):love:

Forte abraço.

Senti sua falta, já que não nos encontramos pelo WhatsApp, mas sigo firme e forte. O rack veio como peça praticamente obrigatória, ficou lindo no centro da sala. Ainda não desisti do pré-amplificador Audio Research, mas as reformas da casa já me levaram uns 5 prés destes, e agora coloquei as 207/2 na mira também. Planos a concretizar em 2025. Abraço para você!
 
Uma sala dessas é um parque de diversões para qualquer audiófilo.
Alguns dos sistemas de referência do país estão em salas não dedicadas como essa.
Imagino quando estiver "finalizada", se é que isso existe no hobby.
 
Uma sala dessas é um parque de diversões para qualquer audiófilo.
Alguns dos sistemas de referência do país estão em salas não dedicadas como essa.
Imagino quando estiver "finalizada", se é que isso existe no hobby.

Obrigado Tiago. A sala me parece muito promissora a longo prazo. Embora não dedicada, sou muito otimista com suas medidas, que são muito próximas da proporção áurea (1,618), então ela ressoa muito pouco pelo seu tamanho. Tenho outro ambiente na casa com 3m de pé direito, 4,5m de largura e 8m de comprimento, que poderia ser um espaço dedicado e exclusivo de verdade, mas que ecoa mais do que esta, que é a maior da casa. Além disso, como recém casado, eu mantenho a intenção de convivência máxima com a esposa e ela comigo, então a ideia de ligar o sistema e ouvir música por ali mesmo me agrada demais. Fora que não tenho filhos para jogar futebol na minha sala e acertar algum equipamento.

Evidentemente que tudo soa a ressoa, responde ao áudio. Ali tem gesso, muitos vidros, porcelanato, materiais que acredito não serem os mais favoráveis à sala. Mas, mesmo com tudo relativamente cru, parece-me muito promissor, principalmente por conta da descompressão proporcionada pela sala e por suas proporções favoráveis. E olhe que o projetista não era audiófilo, hahahaha.

Em breve compartilho com vocês um vídeo que fiz usando de um microfone Shure SM81. Uma pena que sua vinda ao Paraná parece cada vez mais improvável.
 
Os registros que prometi:



O microfone usado é um Shure SM81. Foi via cabo XLR para uma mesa de som Yamaha LS9 e da mesa via cabo adaptado com saída de microfone P3 até a entrada do adaptador Lightning do iPhone. A gravação, portanto, está em mono, mas representa de maneira mais fiel uma audição, se em comparação aos microfones do iPhone.
 
Parabéns pela sala Felipe. Deve tocar muito. Você não sente falta de parede no fundo? Já testou seu sistema em outro ambiente ?
Você disse que é do Paraná. De qual cidade ?
Abraço
Fabiano Maringá/PR
 
Obrigado Fabiano. Sou de Quatiguá/PR, fica a aproximadamente 300Km daí. "Muito" é uma palavra bem relativa, hehehe, eu ainda acho que dá para melhorar bastante, mas devagar chego lá. Ainda não perdi (e não sei se vou) o ânimo de investir no sistema, embora tenha outros focos momentâneos.

A formação de frequências, especialmente as graves, demandam espaço amplo. Se considerarmos que 40Hz tem comprimento de onda de 8,6m aproximadamente, então meio comprimento, que é o mínimo exigível, se formaria com pelo menos 4,3m. Hoje minhas caixas não devem descer a isto, mas no futuro pretendo ter caixas maiores que se aproximem dos 20Hz, então a amplitude é necessária. Além disso, embora a sala esteja mobiliada, ainda há boa flexibilidade para movimentar tudo, o que pode permitir que eu distancie as caixas da parede do fundo no futuro e, com isto, me aproxime mais da parede oposta, que ainda está bastante distante. E, embora eu tenha espaços menores na casa que possam ser utilizados com satisfação, eles não se aproximam tanto das proporções áureas quanto a sala principal, e isto me instigou (um efeito puramente psicológico, e não decorrente de medições precisas) a permanecer nesta sala enorme, pois de todos os cômodos da casa, este é o que soa mais "neutro" e inerte (não-sala) acusticamente. Para ter noção, mesmo com este volume todo, ecoa menos do que espaços sensivelmente menores que possuo.

Já convivi muito (por obrigação, e não por convenção) com paredes próximas a mim e particularmente não gosto, especialmente a do fundo, pois o tratamento acaba por ser sempre obrigatório e crítico. Nas minhas experiências, sempre gostei das caixas posicionadas a 1/3 do comprimento da sala e 1/6 da largura. Das orientações que encontrei na internet, esta sempre foi a que melhor surtiu resultado positivo nas experimentações. Se considerarmos as dimensões da minha sala + cozinha (estão interligadas e, portanto, interagem acusticamente), isto significa que as caixas teriam que ser posicionadas a mais de 3m da parede do fundo e cada vértice do triângulo equilátero teria mais de 4,5m. Numa conta rápida, em linha reta, eu ficaria a mais de 6m da parede frontal do sistema, e ainda assim sobrariam mais de 4m entre meu ponto de audição e a parede do fundo. Então, de qualquer maneira, a distância existiria e não considero isto negativo. A grande questão é como lidar com isto acusticamente. Não tenho nada definido neste segmento, apenas fiz o essencial para arrematar um pouco das reverberações nos médios e agudos. Neste ponto, tomei apenas um cuidado: não focar DEMAIS na parte da sala onde está o sistema e acabar por deixar espaços sem tratamento uniforme a ponto de se tornar uma "fonte de áudio". Explico: como o espaço como um todo não possui pontos de reverberação significativos após a instalação das cortinas, não quis arriscar (até agora) exagerar num tapete ou em algum outro aparato acústico absorvedor e/ou difusor que trate apenas uma pequena parte do ambiente a ponto de causar um desequilíbrio e eu passar a ouvir algum tipo de ressonância vinda de algum local e que, embora exista, eu não consiga captar. Por isto também não quis sequer exagerar nas cortinas, para não desigualar com o lado da sala que não tem cobertura com tecido. De qualquer maneira, os focos principais continuarão a ser elétrica e acústica (inclusive com a saída da TV), pois acredito que possam trazer resultados muitas vezes melhores e mais baratos do que alguns upgrades de equipamento.

Hoje, depois de meses de experimentação, cheguei na posição definitiva com as 203/2. Elas estão seguramente a mais de 1m da parede do fundo e a precisos 3m entre si. Eu também estou a 3m de cada uma delas. Foi a maneira que mais gostei, porque me permite adentrar no acontecimento musical. Se aumentasse a distância entre as caixas e delas para mim, dentro das limitações dos meus cabos de caixas, perdia este atributo. Pode ser a caixa, pode ser a sala, pode ser o posicionamento. Talvez isto não ocorresse com uma Dynaudio C4 Confidence com mais de 2m de altura, mas com as diminutas 203/2 ocorreu. Portanto, decidi manter os 3m rigorosos e, neste ponto, adorei a sensação (foi por isto que me aproximei mais da parede frontal e distanciei da parede do fundo). Depois disto foi o momento de buscar por melhores uniformidade de palco, dispersão e equilíbrio tonal, ocasião em que trabalhei com o sistema em termos de avanço da parede, tendo encontrado aquela distância, que não me lembro mais qual é. Minha única preocupação com esta distribuição desigual pela sala era perceber a necessidade de algum tipo de rebatimento na parede traseira (que está bem longe) caso eu ouvisse algum tipo de reverberação com atraso (tempo de resposta elevado). Não ocorreu. Mas, já reparei que há melhora na qualidade quando fecho a porta da lavanderia, que fica entre a geladeira e a churrasqueira (dá para ver nas fotos que postei). Enfim, o passo mais difícil eu dei, agora basta seguir em frente, rs.
 
Obrigado Fabiano. Sou de Quatiguá/PR, fica a aproximadamente 300Km daí. "Muito" é uma palavra bem relativa, hehehe, eu ainda acho que dá para melhorar bastante, mas devagar chego lá. Ainda não perdi (e não sei se vou) o ânimo de investir no sistema, embora tenha outros focos momentâneos.

A formação de frequências, especialmente as graves, demandam espaço amplo. Se considerarmos que 40Hz tem comprimento de onda de 8,6m aproximadamente, então meio comprimento, que é o mínimo exigível, se formaria com pelo menos 4,3m. Hoje minhas caixas não devem descer a isto, mas no futuro pretendo ter caixas maiores que se aproximem dos 20Hz, então a amplitude é necessária. Além disso, embora a sala esteja mobiliada, ainda há boa flexibilidade para movimentar tudo, o que pode permitir que eu distancie as caixas da parede do fundo no futuro e, com isto, me aproxime mais da parede oposta, que ainda está bastante distante. E, embora eu tenha espaços menores na casa que possam ser utilizados com satisfação, eles não se aproximam tanto das proporções áureas quanto a sala principal, e isto me instigou (um efeito puramente psicológico, e não decorrente de medições precisas) a permanecer nesta sala enorme, pois de todos os cômodos da casa, este é o que soa mais "neutro" e inerte (não-sala) acusticamente. Para ter noção, mesmo com este volume todo, ecoa menos do que espaços sensivelmente menores que possuo.

Já convivi muito (por obrigação, e não por convenção) com paredes próximas a mim e particularmente não gosto, especialmente a do fundo, pois o tratamento acaba por ser sempre obrigatório e crítico. Nas minhas experiências, sempre gostei das caixas posicionadas a 1/3 do comprimento da sala e 1/6 da largura. Das orientações que encontrei na internet, esta sempre foi a que melhor surtiu resultado positivo nas experimentações. Se considerarmos as dimensões da minha sala + cozinha (estão interligadas e, portanto, interagem acusticamente), isto significa que as caixas teriam que ser posicionadas a mais de 3m da parede do fundo e cada vértice do triângulo equilátero teria mais de 4,5m. Numa conta rápida, em linha reta, eu ficaria a mais de 6m da parede frontal do sistema, e ainda assim sobrariam mais de 4m entre meu ponto de audição e a parede do fundo. Então, de qualquer maneira, a distância existiria e não considero isto negativo. A grande questão é como lidar com isto acusticamente. Não tenho nada definido neste segmento, apenas fiz o essencial para arrematar um pouco das reverberações nos médios e agudos. Neste ponto, tomei apenas um cuidado: não focar DEMAIS na parte da sala onde está o sistema e acabar por deixar espaços sem tratamento uniforme a ponto de se tornar uma "fonte de áudio". Explico: como o espaço como um todo não possui pontos de reverberação significativos após a instalação das cortinas, não quis arriscar (até agora) exagerar num tapete ou em algum outro aparato acústico absorvedor e/ou difusor que trate apenas uma pequena parte do ambiente a ponto de causar um desequilíbrio e eu passar a ouvir algum tipo de ressonância vinda de algum local e que, embora exista, eu não consiga captar. Por isto também não quis sequer exagerar nas cortinas, para não desigualar com o lado da sala que não tem cobertura com tecido. De qualquer maneira, os focos principais continuarão a ser elétrica e acústica (inclusive com a saída da TV), pois acredito que possam trazer resultados muitas vezes melhores e mais baratos do que alguns upgrades de equipamento.

Hoje, depois de meses de experimentação, cheguei na posição definitiva com as 203/2. Elas estão seguramente a mais de 1m da parede do fundo e a precisos 3m entre si. Eu também estou a 3m de cada uma delas. Foi a maneira que mais gostei, porque me permite adentrar no acontecimento musical. Se aumentasse a distância entre as caixas e delas para mim, dentro das limitações dos meus cabos de caixas, perdia este atributo. Pode ser a caixa, pode ser a sala, pode ser o posicionamento. Talvez isto não ocorresse com uma Dynaudio C4 Confidence com mais de 2m de altura, mas com as diminutas 203/2 ocorreu. Portanto, decidi manter os 3m rigorosos e, neste ponto, adorei a sensação (foi por isto que me aproximei mais da parede frontal e distanciei da parede do fundo). Depois disto foi o momento de buscar por melhores uniformidade de palco, dispersão e equilíbrio tonal, ocasião em que trabalhei com o sistema em termos de avanço da parede, tendo encontrado aquela distância, que não me lembro mais qual é. Minha única preocupação com esta distribuição desigual pela sala era perceber a necessidade de algum tipo de rebatimento na parede traseira (que está bem longe) caso eu ouvisse algum tipo de reverberação com atraso (tempo de resposta elevado). Não ocorreu. Mas, já reparei que há melhora na qualidade quando fecho a porta da lavanderia, que fica entre a geladeira e a churrasqueira (dá para ver nas fotos que postei). Enfim, o passo mais difícil eu dei, agora basta seguir em frente, rs.
Perfeito Felipe. Sua cidade é mais próxima de onde eu nasci, e onde meus pais ainda residem (Cornélio Procópio). Fica longe de qualquer centro grande e consequentemente de lojas que vendem os nossos aparelhos então imagino que você, tanto quanto eu, faça as aquisições no escuro. Infelizmente. Mas pelos vídeos que você enviou o seu sistema já está tocando muito bem. E a evolução é contínua...
Perguntei das paredes de trás pois temos aquela ideia ENGESSADA de que o áudio tem que ser numa caixa, para ser bem reproduzido. Meu conhecimento é pífio, portanto recorro aos colegas foristas quase que diariamente para melhorar e aprender. E sempre estou sendo bem assistido aqui no fórum. Pessoal muito solícito. Mas com as suas explicações e vários testes que realizou na sala, vemos que cai por terra alguns conceitos que temos como imutáveis. As minhas caixas são as Gold 200, e estava seguindo a risca as orientações do fabricante no que tange o posicionamento delas. Mas, após muitos testes, e trocas de lugar, cheguei a uma posição que considero ideal, e não está de acordo com as melhores orientações da Monitor Áudio. Vai entender.
Parabéns novamente
Espero aprender mais com as explicações
Abraço
 
Também fico curioso com essa questão da acústica, pois tenho feito alguns tratamentos pontuais e estou montando um segundo set em uma segunda sala reformada. Felipe, você colocou algum tipo de material acústico por cima do teto de gesso, como lã de vidro ou lã de rocha? Iria ajudar a absorver frequências mais graves (100, 250hz). É uma forma bastante eficaz, pois é um material que fica invisível e não prejudica a decoração da casa.
 
Perfeito Felipe. Sua cidade é mais próxima de onde eu nasci, e onde meus pais ainda residem (Cornélio Procópio). Fica longe de qualquer centro grande e consequentemente de lojas que vendem os nossos aparelhos então imagino que você, tanto quanto eu, faça as aquisições no escuro. Infelizmente. Mas pelos vídeos que você enviou o seu sistema já está tocando muito bem. E a evolução é contínua...
Perguntei das paredes de trás pois temos aquela ideia ENGESSADA de que o áudio tem que ser numa caixa, para ser bem reproduzido. Meu conhecimento é pífio, portanto recorro aos colegas foristas quase que diariamente para melhorar e aprender. E sempre estou sendo bem assistido aqui no fórum. Pessoal muito solícito. Mas com as suas explicações e vários testes que realizou na sala, vemos que cai por terra alguns conceitos que temos como imutáveis. As minhas caixas são as Gold 200, e estava seguindo a risca as orientações do fabricante no que tange o posicionamento delas. Mas, após muitos testes, e trocas de lugar, cheguei a uma posição que considero ideal, e não está de acordo com as melhores orientações da Monitor Áudio. Vai entender.
Parabéns novamente
Espero aprender mais com as explicações
Abraço

Fabiano, longe de mim ser dono de qualquer verdade, mas eu sinceramente nunca vi as orienações do fabricante darem certo em qualquer tipo de sala. Acho (literalmente sem qualquer certeza) que as especificações dos manuais sugerem distâncias mínimas em relação às paredes da sala, mas nunca distâncias ideais. Antigamente alguns conceitos eram mais bem difundidos, a maioria deles utilizando proporções, tal como é a proporção áurea, que uso de referência, e que particularmente considero a mais perfeita para áudio. Mas, isto tem uma explicação que não tem relação (a menos em princípio) com os antigos conceitos gregos que orientaram algumas figuras estéticas: uma sala que respeita às proporções áureas tem menos ressonâncias entre as superfícies (modais - reforços de frequência localizáveis matematicamente), pois a razão de 1,618 entre largura, altura e comprimento impede que uma ou algumas frequências interajam entre si e se reforçem ou atenuem.

Outro estudo, alguns séculos mais recente, feito por Cox, Avis e D'Antonio (hoje é de domínio público) indica que a melhor proporção de sala (que assegura menos interações entre as frequências) é de 1 : 2,19 : 3. Este artigo é muito interessante, pode ser encontrado na Internet e, se não me engano, é fruto de inúmeros estudos em salas de várias proporções de até 200m³. Como isto tudo certamente custa MUITO DINHEIRO, nunca tive condições de comparar uma sala com a proporção áurea e outra com estas indicadas pelos cientistas. Mas, é uma vertente interessante e que pôde ser graficamente atestada. E, embora eu seja contra a utilização de um gráfico para justificar resultados, penso que para fins de encontrar a melhor sala sejam um bom ponto de partida. Uma sala acusticamente boa tende a ficar muito melhor depois de tratada, se em comparação a uma sala que, desde sua concepção, já é bastante ruim.

A Cardas, se não me falha a memória, tinha um pequeno manual com meia dúzia de sugestões de posicionamento, mas existem outras. Até a minha última saleta, a que melhor funcionava, sempre e invariavelmente, era com as caixas a 1/3 do comprimento e 1/6 da largura.

Sobre o outro tema, no passado tive o privilégio de poder conhecer muitas salas nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, mas a minha experiência está muito aquém de quem vive num centro grande. Também o encerramento do HTForum me fez perder a energia e a intenção de postar e de participar de grupos de WhatsApp, agora que recuperei parte disso, mas creio que não volte mais a fazer o que fazia, escrever reviews e comentários detalhados sobre cada aspecto de meu sistema. Salvei minhas postagens em PDF, mas hoje fazem parte de um acervo que sequer sei onde se encontra. Eram mais de 80 páginas em que eu escrevia muito, mas a dedicação e o tempo para isto acabaram. Quanto a meu próprio sistema, por sorte e puro acaso encontrei marcas e equipamentos que sempre me agradaram muito (KEF, Nordost, Curious Cable, Purist Audio Design etc.). Então, apenas usei a razão e fiz upgrades dentro das próprias marcas.

Também fico curioso com essa questão da acústica, pois tenho feito alguns tratamentos pontuais e estou montando um segundo set em uma segunda sala reformada. Felipe, você colocou algum tipo de material acústico por cima do teto de gesso, como lã de vidro ou lã de rocha? Iria ajudar a absorver frequências mais graves (100, 250hz). É uma forma bastante eficaz, pois é um material que fica invisível e não prejudica a decoração da casa.

Caio, ainda não mexi em nada disto. As superfícies seladas com material absorvente, diferentemente de um corner trap, um bass trap, um absorvedor simples de parede ou mesmo um híbrido como os BAD, transformam-se em ressonadores acústicos, ou seja, para funcionarem bem precisam ser sintonizados nas frequências corretas. Não tenho conhecimento suficiente para isto. O pé direito tem 4,5m de altura na sala, mas está rebaixado um bom tanto, havendo cerca de 30cm entre a laje e o gesso, então cabe muito material ali, mas não cogitei nada neste ponto até agora. Outro lugar que deixei estrategicamente pronto para receber tratamento é o painel atrás do sistema. A parte de madeira mais clara tem acho que 4,5cm de espessura e está oca, então desconsiderando o MDF, tem uns 3cm para mexer ali atrás. A parte branca tem mais uns 4,5cm e é removível, está apenas suspensa ali juntamente da TV. Com a saída da TV (que é péssima para o áudio) e a entrada de uma tela de projeção elétrica, tenho nos planos instalar algum tipo de material ali, não sei se absorvedor ou difusor.

No futuro (acho que é uma ideia para quem tem uns 20 anos de casado e já perdeu o medo de desagradar a esposa, kkkkkkkkkkk), cogito até mesmo substituir o gesso por algum tipo de tratamento inteiramente dedicado. Vejo alguns que são um sonho de bonitos (tipo nuvem) e parecem ser altamente à prova de esposas, mas como as obras da casa ainda não finalizaram e como, pelas dimensões da sala, um tratamento não deva ficar barato, o foco agora é outro.

De qualquer maneira, penso que o tratamento na parte dos graves e subgraves deva se tornar mais necessário a partir do momento em que eu possuir caixas maiores, porque as 203/2 não tem magnitude para causar qualquer tipo de problema neste tamanho de ambiente.

Abraço a vocês.
 
Fabiano, longe de mim ser dono de qualquer verdade, mas eu sinceramente nunca vi as orienações do fabricante darem certo em qualquer tipo de sala. Acho (literalmente sem qualquer certeza) que as especificações dos manuais sugerem distâncias mínimas em relação às paredes da sala, mas nunca distâncias ideais. Antigamente alguns conceitos eram mais bem difundidos, a maioria deles utilizando proporções, tal como é a proporção áurea, que uso de referência, e que particularmente considero a mais perfeita para áudio. Mas, isto tem uma explicação que não tem relação (a menos em princípio) com os antigos conceitos gregos que orientaram algumas figuras estéticas: uma sala que respeita às proporções áureas tem menos ressonâncias entre as superfícies (modais - reforços de frequência localizáveis matematicamente), pois a razão de 1,618 entre largura, altura e comprimento impede que uma ou algumas frequências interajam entre si e se reforçem ou atenuem.

Outro estudo, alguns séculos mais recente, feito por Cox, Avis e D'Antonio (hoje é de domínio público) indica que a melhor proporção de sala (que assegura menos interações entre as frequências) é de 1 : 2,19 : 3. Este artigo é muito interessante, pode ser encontrado na Internet e, se não me engano, é fruto de inúmeros estudos em salas de várias proporções de até 200m³. Como isto tudo certamente custa MUITO DINHEIRO, nunca tive condições de comparar uma sala com a proporção áurea e outra com estas indicadas pelos cientistas. Mas, é uma vertente interessante e que pôde ser graficamente atestada. E, embora eu seja contra a utilização de um gráfico para justificar resultados, penso que para fins de encontrar a melhor sala sejam um bom ponto de partida. Uma sala acusticamente boa tende a ficar muito melhor depois de tratada, se em comparação a uma sala que, desde sua concepção, já é bastante ruim.

A Cardas, se não me falha a memória, tinha um pequeno manual com meia dúzia de sugestões de posicionamento, mas existem outras. Até a minha última saleta, a que melhor funcionava, sempre e invariavelmente, era com as caixas a 1/3 do comprimento e 1/6 da largura.

Sobre o outro tema, no passado tive o privilégio de poder conhecer muitas salas nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, mas a minha experiência está muito aquém de quem vive num centro grande. Também o encerramento do HTForum me fez perder a energia e a intenção de postar e de participar de grupos de WhatsApp, agora que recuperei parte disso, mas creio que não volte mais a fazer o que fazia, escrever reviews e comentários detalhados sobre cada aspecto de meu sistema. Salvei minhas postagens em PDF, mas hoje fazem parte de um acervo que sequer sei onde se encontra. Eram mais de 80 páginas em que eu escrevia muito, mas a dedicação e o tempo para isto acabaram. Quanto a meu próprio sistema, por sorte e puro acaso encontrei marcas e equipamentos que sempre me agradaram muito (KEF, Nordost, Curious Cable, Purist Audio Design etc.). Então, apenas usei a razão e fiz upgrades dentro das próprias marcas.



Caio, ainda não mexi em nada disto. As superfícies seladas com material absorvente, diferentemente de um corner trap, um bass trap, um absorvedor simples de parede ou mesmo um híbrido como os BAD, transformam-se em ressonadores acústicos, ou seja, para funcionarem bem precisam ser sintonizados nas frequências corretas. Não tenho conhecimento suficiente para isto. O pé direito tem 4,5m de altura na sala, mas está rebaixado um bom tanto, havendo cerca de 30cm entre a laje e o gesso, então cabe muito material ali, mas não cogitei nada neste ponto até agora. Outro lugar que deixei estrategicamente pronto para receber tratamento é o painel atrás do sistema. A parte de madeira mais clara tem acho que 4,5cm de espessura e está oca, então desconsiderando o MDF, tem uns 3cm para mexer ali atrás. A parte branca tem mais uns 4,5cm e é removível, está apenas suspensa ali juntamente da TV. Com a saída da TV (que é péssima para o áudio) e a entrada de uma tela de projeção elétrica, tenho nos planos instalar algum tipo de material ali, não sei se absorvedor ou difusor.

No futuro (acho que é uma ideia para quem tem uns 20 anos de casado e já perdeu o medo de desagradar a esposa, kkkkkkkkkkk), cogito até mesmo substituir o gesso por algum tipo de tratamento inteiramente dedicado. Vejo alguns que são um sonho de bonitos (tipo nuvem) e parecem ser altamente à prova de esposas, mas como as obras da casa ainda não finalizaram e como, pelas dimensões da sala, um tratamento não deva ficar barato, o foco agora é outro.

De qualquer maneira, penso que o tratamento na parte dos graves e subgraves deva se tornar mais necessário a partir do momento em que eu possuir caixas maiores, porque as 203/2 não tem magnitude para causar qualquer tipo de problema neste tamanho de ambiente.

Abraço a vocês.

Recentemente em uma reforma, o teto da minha casa passou a ser todo ripado em madeira (com ripas de 2cm de espessura) e o espaço de 12cm, entre as ripas e o teto, foi preenchido com lã de pet bem comprimida. Deveria ter usado lã de rocha ou vidro, mesmo assim funcionou muito bem em comparação aos tetos de gesso que, em minha experiência pessoal, reverberam demais. Como vou colocar uma caixa com um woofer de 12" precisarei de uma superfície que absorva os graves. Tenho consultado várias tabelas de coeficiente de absorção acústica e sempre tenho notado que a madeira, se tiver espaço atrás, é um material muito bom para absorver seletivamente as frequências graves, sobretudo se tiver algum tipo de lã atrás. Ou seja, ela até absorve as frequências médias e agudas, mas o coeficiente de absorção é muito pequeno em comparação ao das frequências graves. ( importante frisar que isso só ocorre quando há espaço por detrás ou por cima, e que seja preenchido por lã acústica).
 
Última edição:
Fabiano, longe de mim ser dono de qualquer verdade, mas eu sinceramente nunca vi as orienações do fabricante darem certo em qualquer tipo de sala. Acho (literalmente sem qualquer certeza) que as especificações dos manuais sugerem distâncias mínimas em relação às paredes da sala, mas nunca distâncias ideais. Antigamente alguns conceitos eram mais bem difundidos, a maioria deles utilizando proporções, tal como é a proporção áurea, que uso de referência, e que particularmente considero a mais perfeita para áudio. Mas, isto tem uma explicação que não tem relação (a menos em princípio) com os antigos conceitos gregos que orientaram algumas figuras estéticas: uma sala que respeita às proporções áureas tem menos ressonâncias entre as superfícies (modais - reforços de frequência localizáveis matematicamente), pois a razão de 1,618 entre largura, altura e comprimento impede que uma ou algumas frequências interajam entre si e se reforçem ou atenuem.

Outro estudo, alguns séculos mais recente, feito por Cox, Avis e D'Antonio (hoje é de domínio público) indica que a melhor proporção de sala (que assegura menos interações entre as frequências) é de 1 : 2,19 : 3. Este artigo é muito interessante, pode ser encontrado na Internet e, se não me engano, é fruto de inúmeros estudos em salas de várias proporções de até 200m³. Como isto tudo certamente custa MUITO DINHEIRO, nunca tive condições de comparar uma sala com a proporção áurea e outra com estas indicadas pelos cientistas. Mas, é uma vertente interessante e que pôde ser graficamente atestada. E, embora eu seja contra a utilização de um gráfico para justificar resultados, penso que para fins de encontrar a melhor sala sejam um bom ponto de partida. Uma sala acusticamente boa tende a ficar muito melhor depois de tratada, se em comparação a uma sala que, desde sua concepção, já é bastante ruim.

A Cardas, se não me falha a memória, tinha um pequeno manual com meia dúzia de sugestões de posicionamento, mas existem outras. Até a minha última saleta, a que melhor funcionava, sempre e invariavelmente, era com as caixas a 1/3 do comprimento e 1/6 da largura.

Sobre o outro tema, no passado tive o privilégio de poder conhecer muitas salas nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, mas a minha experiência está muito aquém de quem vive num centro grande. Também o encerramento do HTForum me fez perder a energia e a intenção de postar e de participar de grupos de WhatsApp, agora que recuperei parte disso, mas creio que não volte mais a fazer o que fazia, escrever reviews e comentários detalhados sobre cada aspecto de meu sistema. Salvei minhas postagens em PDF, mas hoje fazem parte de um acervo que sequer sei onde se encontra. Eram mais de 80 páginas em que eu escrevia muito, mas a dedicação e o tempo para isto acabaram. Quanto a meu próprio sistema, por sorte e puro acaso encontrei marcas e equipamentos que sempre me agradaram muito (KEF, Nordost, Curious Cable, Purist Audio Design etc.). Então, apenas usei a razão e fiz upgrades dentro das próprias marcas.



Caio, ainda não mexi em nada disto. As superfícies seladas com material absorvente, diferentemente de um corner trap, um bass trap, um absorvedor simples de parede ou mesmo um híbrido como os BAD, transformam-se em ressonadores acústicos, ou seja, para funcionarem bem precisam ser sintonizados nas frequências corretas. Não tenho conhecimento suficiente para isto. O pé direito tem 4,5m de altura na sala, mas está rebaixado um bom tanto, havendo cerca de 30cm entre a laje e o gesso, então cabe muito material ali, mas não cogitei nada neste ponto até agora. Outro lugar que deixei estrategicamente pronto para receber tratamento é o painel atrás do sistema. A parte de madeira mais clara tem acho que 4,5cm de espessura e está oca, então desconsiderando o MDF, tem uns 3cm para mexer ali atrás. A parte branca tem mais uns 4,5cm e é removível, está apenas suspensa ali juntamente da TV. Com a saída da TV (que é péssima para o áudio) e a entrada de uma tela de projeção elétrica, tenho nos planos instalar algum tipo de material ali, não sei se absorvedor ou difusor.

No futuro (acho que é uma ideia para quem tem uns 20 anos de casado e já perdeu o medo de desagradar a esposa, kkkkkkkkkkk), cogito até mesmo substituir o gesso por algum tipo de tratamento inteiramente dedicado. Vejo alguns que são um sonho de bonitos (tipo nuvem) e parecem ser altamente à prova de esposas, mas como as obras da casa ainda não finalizaram e como, pelas dimensões da sala, um tratamento não deva ficar barato, o foco agora é outro.

De qualquer maneira, penso que o tratamento na parte dos graves e subgraves deva se tornar mais necessário a partir do momento em que eu possuir caixas maiores, porque as 203/2 não tem magnitude para causar qualquer tipo de problema neste tamanho de ambiente.

Abraço a vocês.
Legal Felipe, bom saber que não fui o único a sofrer kkkk posicionamento troco sempre.
Nunca tinha ouvido falar nessa PROPORÇÃO ÁUREA que você citou. Interessantíssimo. Fui ler algumas coisas sobre isso e realmente é um assunto legal. Calculei aqui as proporções da minha sala deu 1,53. Não ficou tão distante do número mágico.
Uma pena você ter perdido um pouco do entusiasmo em postar suas experiências e reviews. Pelo pouco que conversamos percebe-se que você tem Bastante coisa para compartilhar. Enriqueceria por demais o conhecimento dos foristas mais novos, tal como eu.
Espero que a motivação volte aos pouquinhos
Abraço
 
Apenas agora vi a nova sala, Felipe.
Deste um belo upgrade no espaço, agora vai ter um bom divertimento até deixar tudo ajustado.
Parabéns pela conquista!
 
Apenas agora vi a nova sala, Felipe.
Deste um belo upgrade no espaço, agora vai ter um bom divertimento até deixar tudo ajustado.
Parabéns pela conquista!

Grato pelas palavras, Carlos. Não foi um upgrade fácil, mas está dando super certo. Seja sempre bem vindo, inclusive pessoalmente, heheh.
 
Tô mais perto de quando estava em Recife, mas ainda um pouco distante... porém, quem sabe, um dia passo por essas bandas. Forte abraço e vamos acompanhando o desenrolar dos acontecimentos.
 
Back
Top