O que faz um vinil ser muito bom? RPM, gramatura, país, etc

Joao.kobayashi

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Pessoal, tudo bem?

tirando obviamente o conteúdo, gosto musical, banda e gravação....


tecnicamente, o que é um bom vinil? Usando como exemplo o famoso LP Getz/Gilberto (aquele com a capa meio laranja), eu já achei dezenas de versões dele com diferentes preços.

- Tem diferentes países de origem...
- Tem os nacionais, ingleses, argentinos, japoneses, etc...
- Tem os 35 rpm e os 45rpm...
- Tem os 180g, 200g, os que não falam a gramatura...
- Tem as prensagens da Verve, Analogue Productions, etc...
- Tem OBI (não sei o que é isto...)

Em resumo: tem versões de 150 reais e versões de 600 reais

Sou bem iniciante neste meio e agradeço bastante se puderem contribuir com a experiência de vocês.

#VinilForDummies

abs
Joao
 
Olá, João, seja muito bem vindo ao mundo da música como ela é originalmente, da música REAL, o mundo do vinil.

Com relação às suas dúvidas, eu não tenho como tirá-las todas porque também não sou nenhum expert no assunto, no entanto o que eu posso lhe dizer com base na minha relativa experiência é o seguinte:

1) Quanto à questão do país de fabricação do vinil, via de regra se recomenda dar preferência a uma edição do país de origem do artista ou banda, mas eu particularmente nunca levei essa regra tão a rigor assim, porque concluí, ao longo do tempo, que discos de prensagens alemãs e holandesas, por exemplo, são normalmente tão boas quanto às de prensagem inglesas ou americanas (no caso de bandas ou aristas ingleses e amercianos, quero dizer).

2) Eu não me preocuparia com essa coisa de gramatura do vinil (160, 180 ou 200 gramas), porque já ouvi LPs de 160 gramas tocarem infinitamente melhor que um de 200 gramas, por exemplo.

3) Com relação à velocidade de reprodução do vinil (33 ou 45 rpm), os de 45 rpm devem em tese tocar melhor, porque a ideia num disco de 45 rpm é justamente conter mais informação dentro do disco.

4) Selos como Analogue Productions e Mobile Fidelity Sound Lab (MFSL), por exemplo, são selos considerados "audiófilos", ou seja, são edições especiais, evidentemente mais caras que as ditas edições comuns. Se tocam melhor que uma edição comercial normal eu não sei dizer, mas como mencionei em outro tópico, já me deparei com edições comerciais normais de LPs que me deixaram verdadeiramente boquiaberto, inclusive me perguntando se vale mesmo a pena investir em edições caras e especiais quando vemos que algumas edições normais de LPs tocam tão divinamente bem.

5) OBI é uma faixa que normalmente vem junto com as capas de edições japonesas de LPs e CDs. São adornos, apenas isso, mas são valorizadas na hora de se comprar ou vender um disco de prensagem japonesa. Se tem OBI o preço é normalmente um pouco mais caro, entende?

Apenas minha pequena contribuição.
 
Última edição:
Totalmente de acordo com a resposta do @Progger58

Para agregar ao tópico e talvez facilitar na escolha, eu tenho uma classificação pessoal adquirida com a experiência auditiva e que compartilho com o tópico.

Discos Japoneses, Alemães, Resto da Europa, US, Resto do mundo.

Quando eu vou comprar tento seguir essa linha de raciocínio e lembrando que não é via de regra, ai vai da sua experiência pessoal adquirida com o tempo! :)
 
Totalmente de acordo com a resposta do @Progger58

Para agregar ao tópico e talvez facilitar na escolha, eu tenho uma classificação pessoal adquirida com a experiência auditiva e que compartilho com o tópico.

Discos Japoneses, Alemães, Resto da Europa, US, Resto do mundo.

Quando eu vou comprar tento seguir essa linha de raciocínio e lembrando que não é via de regra, ai vai da sua experiência pessoal adquirida com o tempo! :)

A minha é parecida com esta.

Particularmente sou fã das prensagens japonesas, alemãs e inglesas de uma forma geral.
 
Colocaria algumas contribuições que fazem um vinil ser muito bom:

- Qualidade do material gravado. Ninguém se preocupa se o vinil é bom ou ruim se a qualidade artística gravada é ruim. Se a música é boa e os músicos talentosos o resto passa a ter importância;
- Qualidade da gravação. Se o engenheiro de som fez caca na gravação, dificilmente alguém vai conseguir corrigir na hora de transformar para o vinil;
- Qualidade da mixagem e da masterização para o vinil. Mais uma vez entra a competência dos engenheiros de som;
- Qualidade da prensagem. Nesse ponto entra a questão também de quantas prensagens foram feitas com a mesma matriz. A matriz que prensa o disco se desgasta. Quanto mais próxima das primeiras prensagens da primeira matriz, melhor, desde que não tenha havido erro nas etapas anteriores;
- Qualidade do vinil utilizado. Um vinil de baixa qualidade tem bolhas, buracos, rugosidades que causam ruídos e os famosos plics e plocs;
- Qualidade do sistema de áudio que vai reproduzir o vinil, do ambiente físico e do seu estado de espírito na hora da audição.

Edmar
 
Colocaria algumas contribuições que fazem um vinil ser muito bom:

- Qualidade do material gravado. Ninguém se preocupa se o vinil é bom ou ruim se a qualidade artística gravada é ruim. Se a música é boa e os músicos talentosos o resto passa a ter importância;
- Qualidade da gravação. Se o engenheiro de som fez caca na gravação, dificilmente alguém vai conseguir corrigir na hora de transformar para o vinil;
- Qualidade da mixagem e da masterização para o vinil. Mais uma vez entra a competência dos engenheiros de som;
- Qualidade da prensagem. Nesse ponto entra a questão também de quantas prensagens foram feitas com a mesma matriz. A matriz que prensa o disco se desgasta. Quanto mais próxima das primeiras prensagens da primeira matriz, melhor, desde que não tenha havido erro nas etapas anteriores;
- Qualidade do vinil utilizado. Um vinil de baixa qualidade tem bolhas, buracos, rugosidades que causam ruídos e os famosos plics e plocs;
- Qualidade do sistema de áudio que vai reproduzir o vinil, do ambiente físico e do seu estado de espírito na hora da audição.

Edmar
Reflete bem minha opinião sobre o assunto.
 
Antes de mais nada, uma observação "geracional". É interessante como, depois da "redescoberta" dos discos, estes passaram a ser
chamados de "vinil" designando a mídia, seja em 12 polegadas (o LP) ou 7 polegadas (o "compacto", que pode ser simples ou duplo).
E essa designação pode ser extendida para "vinil de 33rpm ou 45rpm. Eu estou falando disso porque quando
comecei a comprar discos, em 1965, a diferença que se realçava era se eram discos de 33, 45 ou 78rpm, sendo que aqui em Brasil
os 45rpm não existiam, eram coisa de "americano" como se dizia. Creio que designação "vinil" passou ainda por
designar o sistema analógico, que "toca" os discos (é claro que existem as fitas, sejam K7 sejam de rolo). Mas deixa para lá
isso é papo de velho, nunca foi a realidade da maioria de vocês. O @SILVERLEMON sabe do que estou falando.

Mas o que eu queria dizer mesmo é que além das características físicas dos discos, existe obviamente, a qualidade do sistema
que os reproduz. Durante a minha caminhada em MUITOS sistemas de áudio que construí e destruí durante a minha vida,
muitos discos foram "melhorando" na medida em que o meu sistema se aprimorava. E isso é algo que sabemos não ter fim,
SEMPRE é possível melhorar o sistema. Então é interessante ouvir o mesmo disco, em sistemas diferentes, talvez os discos não
sejam tão ruins assim como pensamos (ou como os ouvimos) ...
 
Acrescento aqui as gravações Direct-to-Disc ou Direct-Cut, das quais sou especialmente fã. Quando bem feitas possuem uma qualidade excepcional. A dinâmica é um ponto forte deste tipo de gravação, que normalmente não passa por nenhuma etapa de compressão.

Apesar das gravações feitas antes do advento da fita master como padrão, em 1948, serem Direct-Cut, foi somente em 1969 que a Columbia, com seu selo Nippon Columbia, lançou a primeira série comercial de gravações Direct-Cut de boa qualidade, inaugurando o mercado Audiófilo de gravações Direct-to-Disc.

Neste tipo de gravação direta, a master é gravada em disco, em tempo real, enquanto os músicos estão tocando ao vivo, no estúdio. Não é possível editar o material gravado e alguns erros dos músicos acabam permanecendo, bem como leves desafinações que ocorrem nos instrumentos ao longo da gravação, o que torna, para mim, o processo ainda mais interessante.

A gravação direct-to disc elimina o "hiss" de fundo das fitas, resultado das etapas de gravação, mixagem e masterização.

Particularmente, gosto dos registros feitos pela Toshiba, Miller&Kreisel (Realtime), Sheffield LAB e Concord Jazz, entre outros, nos anos 70 e 80.
Muitas gravações D2D foram registradas também em fita, permitindo que viessem a ser lançadas em CD posteriormente.
 
Particularmente gosto muito dos europeus, com destaque especial aos alemães, ingleses, holandeses e franceses. Há também muitas levas japonesas excelentes, outras, nem tanto. As americanas que merecem destaque especial são da Specialty. Recentemente descobri as edições brasileiras de exportação que impressionam, se comparadas às equivalentes destinadas ao mercado interno.
 
Particularmente gosto muito dos europeus, com destaque especial aos alemães, ingleses, holandeses e franceses. Há também muitas levas japonesas excelentes, outras, nem tanto. As americanas que merecem destaque especial são da Specialty. Recentemente descobri as edições brasileiras de exportação que impressionam, se comparadas às equivalentes destinadas ao mercado interno.
Sabe que pode ser verdade. eu comprei estes de época lacrados nos Estados Unidos e tocam horrores.
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Totalmente de acordo com a resposta do @Progger58

Para agregar ao tópico e talvez facilitar na escolha, eu tenho uma classificação pessoal adquirida com a experiência auditiva e que compartilho com o tópico.

Discos Japoneses, Alemães, Resto da Europa, US, Resto do mundo.

Quando eu vou comprar tento seguir essa linha de raciocínio e lembrando que não é via de regra, ai vai da sua experiência pessoal adquirida com o tempo! :)
Os pressagems Holandesa são, no geral, melhores das Alemãs 😉
 
Eu comprei um the Smiths feito na república Czech que não achei muito bom.
Acredito que o leste europeu não seja tanta referência de qualidade. Adquiri uma primeira prensagem do Physical Graffiti iugoslavo que não impressionou muito na sonoridade, apesar de ter sido feito em vinil grosso e pesado, mas não é por um exemplar que vou criar preconceitos. Fico curioso também quanto às prensagens da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).
 
Não há uma resposta única.
Cada título deve ser analisado individualmente.
Alguns apostam nas prensagens japonesas, e depois de muita comparação, muitas dessas perderam inclusive para prensagens nacionais (os títulos brasileiros prensados no Japão que o digam!).
Mas, claro, os made in Japan geralmente não decepcionam. E como são planos! Não fosse o selo girando, daria para apostar que o TD está parado. Graficamente, nunca decepcionam. Capa, encartes, livretos... Se isso ajuda a dizer que um vinil é muito bom, e não apenas o som, então definitivamente os japoneses ficam em primeiro lugar, mas longe de serem uma unanimidade (nem os monarch o são). [sem polemizar]
Recentemente adquiri um koreano dos Carpenters. Qualidade incrível; dava pra ouvir a respiração da Karen... São surpresas como essas que fazem com que a pergunta não tenha uma resposta única.
Eu gosto muito das prensagens UK e alemãs (antes da queda do muro, claro), mas é uma dificuldade limpá-los com o tempo (parecem ter uma forte atração por sujeirinhas que insistem em nunca sair).
 
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