Wandique, fiquei curioso sobre este LP.
Além do que escreveu sobre ele, fale um pouco mais sobre este título.
A música contemporânea, também chamada "so século 20", mesmo que seja do 21 (!?) é, como todas as manifestações
culturais, um reflexo da época, do zeitgeist como eles dizem. O limite das experimentações e propostas conceituais
encerraram na década de 1950 com a música de John Cage, definitivamente. Depois disso a coisa se cristalizou em dois
"tipos" de composição, o que se chamou posteriormente de neo-romantismo onde vemos (ou ouvimos) uma volta à
harmonia tradicional mas não a forma e, outra corrente de uma música mais "aleatória" beirando o delírio. A música do
Penderecki faz um pouco disso tudo. Mesmo sendo consonante é, algumas vezes delirante. Obviamene não é uma música
de programa, no sentido tradicional e ao mesmo tempo pode ser muito expressiva. Comparando com música "pop",
podemos dizer que ela está mais para o que o Brian Eno chamou de "musica ambiental". Se houve um momento em que o
Varése criou um "ruído organizado", podemos dizer que o Penderecki criou um "som organizado". Para mim é o Zen da música,
esta deve ser a abordagem, como eu disse no outro post, ele nos leva de onde estávamos, quando a começamos a ouvir,
paa onde estamos quando ela acaba (se é que isso é possível) ...
Como toda música, ela demanda atenção e tempo, e música erudita não tem nenhum compromisso com o público e, muitas
vezes nem com o compositor.